terça-feira, 18 de outubro de 2011

Consulta com Varetas de Melifolio



Segundo a tradição, o I Ching se consulta utilizando 50 ramos de aquileia (Achillea millefolium).

O Bambu traz em si a energia e o simbolismo do "Tao em estado latente ", pois o seu interior é vazio e o Vazio representa o Zero ou o Absoluto. Num bambuzal, todos os ramos nascem da mesma raiz, simbolizando que todos os seres nascem da mesma origem. “O caule de Achillea foi determinado pelo Rei Wen; a Achillea é uma planta medicinal que traz em si uma energia extremamente Yang; seus efeitos são  os de vasodilatação, anti-reumático, analgésico e desintoxicante" "A escolha da Achillea (...)se deve principalmente , por seu caule reto, principalmente, à sua energia intensamente solar e luminosa, adequada ao oráculo, já que este é um veículo de iluminação."

I Ching, A Alquimia dos números , Wu Jyh Cherng, ed Mauad





Segundo a tradição, na China, durante a dinastia Shang (c. 1766-1122 a.C.) e durante o primeiro período da dinastia Chou, o oráculo era consultado através de varetas de caule de milefólio.



“Toma primeiro as palavras e medita sobre seu significado.
Então, regras fixas se revelarão.
Mas se não és o homem certo,
o sentido não te será revelado”
(Hsi Tz’u Chuan, Segunda Parte, capítulo VIII, parágrafo 4).

Bem, além da explicação extraída do Livro das Mutações, coloquei aqui mais dois exemplos e alguns vídeos para quem quiser consultar a partir das Varetas de Caule de Milefólio. 


Como consultar com as Varetas de Caule de Milefólio








Primeira explicação (Extraída do Livro das Mutações)
  
A Estrutura dos Hexagramas

SOBRE A CONSULTA ORACULAR


1 - O Oráculo de Varetas de Caule de Milefólio

Consulta-se o oráculo com a ajuda de varetas de caule de milefólio.5 Para a prática oracular são utilizadas 50 varetas. Ao iniciar a consulta, coloca-se uma vareta de lado, a qual permanece à parte das divisões que passam a se processar, até o final da consulta. As 49 varetas restantes são repartidas em dois grupos. Tira-se uma vareta do grupo da direita, para colocá-la entre os dedos mínimo e anular da mão esquerda. Toma-se o grupo de varetas à esquerda na mão esquerda e com a mão direita se vai dividindo as varetas de 4 em 4, até que restem 4 varetas ou menos, que são, então, colocadas entre os dedos anular e médio da mão esquerda. A seguir divide-se o grupo da direita também de 4 em 4, colocando as restantes 4 ou menos entre o indicador e o dedo médio da mão esquerda. A soma das varetas que se encontram neste momento entre os dedos da mão esquerda será 9 ou 5. (As várias possibilidades são: 1 + 4 + 4 ou 1 +3 + 1 ou 1 + 2 + 2 ou 1 + 1 + 3.) Como se pode verificar, é mais fácil obter o número 5 que o número 9.

Nessa primeira divisão das varetas, a primeira vareta que fora retirada do grupo da direita e colocada entre o dedo mínimo e o anular é desprezada como excedente, considerando-se, então: 9 = 8 e 5 = 4. O número 4 significa uma unidade completa à qual se atribui o valor numérico 3. Por outro lado, o número 8 significa uma dupla unidade à qual se atribui o valor numérico 2. Se na primeira contagem restarem 9 varetas, seu valor será 2. Se restarem 5, seu valor será 3. As varetas usadas para a obtenção desses valores são temporariamente postas de lado.

Reúnem-se, em seguida, as demais duas partes para serem outra vez repartidas.

Torna-se a retirar uma vareta do grupo da direita, colocando-a entre os dedos mínimo e anular da mão esquerda, e se procede à divisão de varetas tal como na vez anterior. Nesta segunda ocasião, a soma das restantes será 8 ou 4. As combinações possíveis são:




Assim sendo, agora as possibilidades de se obter 8 ou 4 são iguais. 8 vale 2 e 4 vale 3.


O mesmo procedimento das divisões anteriores é repetido uma terceira vez e se obterão outra vez 8 ou 4 varetas restantes.


Com o valor numérico das três somas das varetas restantes se forma uma linha.6 Se a soma é 5 ( = 4, valor numérico 3) + 4 (valor numérico 3) + 4 (valor numérico 3), o resultado será 9, o que equivale ao chamado Yang velho. Esta é uma linha positiva móvel, que, portanto, deve ser levada em consideração na interpretação das linhas. É indicada pelos símbolos —O— ou O.

  

5. Sobre o material usado para confecção das varetas, assim como suas dimensões, v. nota 18, da página 238. (Nota da tradução brasileira.)
6. A conversão dos resultados numéricos obtidos através da divisão das varetas pode ser simplificada pela transposição direta do total de varetas restantes após cada série de três divisões pelas próprias linhas, tal como segue:



(Nota da tradução brasileira.)

Se a soma obtida é 9 (= 8, valor numérico 2) + 8 (valor numérico 2) + 8 (valor numérico 2), o resultado será 6, o que equivale ao chamado Yin velho. Esta é uma linha negativa móvel, que, portanto, deve ser levada em consideração na interpretação das linhas. É indicada pelo símbolo —X— ou X. Se a soma é




o resultado será o valor numérico 7, o que equivale ao chamado Yang jovem. Esta é uma linha positiva em repouso e, portanto, não deve ser considerada na interpretação das linhas. É representada por uma linha inteira: ________  Se a soma é




o resultado será o valor numérico 8, o que equivale ao chamado Yin jovem. Esta é uma linha negativa em repouso, que, portanto, não deve ser levada em consideração na interpretação das linhas. É representada por uma linha partida:____ ____ .



Com esse processo sendo repetido seis vezes, se constrói um hexagrama em suas seis etapas. Quando se constrói uma hexagrama apenas com linhas em repouso, o oráculo leva em consideração apenas a idéia geral, tal como expressa no "Julgamento" do Rei Wên, no "Comentário sobre a Decisão" de Confúcio e no texto da Imagem.



Se no hexagrama assim obtido há uma ou mais linhas móveis deve-se levar em consideração também as palavras acrescentadas a esta (ou estas) linha pelo Duque de Chou; elas são introduzidas com a indicação "Nove na... posição").



Deste movimento, isto é, desta mutação nas linhas, surge um novo hexagrama, cujo significado deve também ser considerado. Quando, por exemplo, se obtém o hexagrama 56, com a quarta linha móvel, devem ser levados em consideração não só o texto e a Imagem referentes ao hexagrama, como um todo, mais o texto que acompanha a quarta linha, mas também o texto e a imagem referentes ao hexagrama 52. O hexagrama 56 seria o ponto de partida de um desenvolvimento que conduz, através do 9 na quarta posição e do conselho que o acompanha, à situação final, que é o hexagrama 52. No segundo hexagrama o texto referente à linha móvel não é considerado.





O Grande Tratado
(O Grande Comentário)
Primeira Parte
Capítulo XI


 

Sobre as varetas de caule de milefólio, os hexagramas e as linhas



1 — O Mestre disse: Que fazem as Mutações? As Mutações
desvelam coisas, completam os assuntos e abrangem todos os caminhos
sobre a terra. Isso e nada mais elas fazem. Por isso,
os santos e sábios as utilizavam para penetrar todas as vontades sobre a
terra e para determinar todos os campos de ação
sobre a terra e para resolver todas as dúvidas sobre a terra.



Aqui temos novamente uma frase do Mestre que serve de ponto de partida para uma reflexão na qual as idéias apresentadas serão desenvolvidas e interpretadas.



2 — Por isso a natureza dos caules de milefólio é redonda e
espiritual. A natureza dos hexagramas é quadrada e sábia. 0
sentido das seis linhas muda de modo a fornecer informações.
Deste modo os santos e sábios purificaram seus corações,
recolheram-se e ocultaram-se no mistério. Preocupavam-se com a boa
fortuna e o infortúnio junto com os outros homens. Eram divinos e por
isso conheciam o futuro; eram sábios e por isso preservavam o passado.
Quem é capaz de tudo isso? Só o discernimento e a lucidez dos antigos,
seu conhecimento e sabedoria, seu incansável poder divino.



A triplicidade mencionada na seção 1 é aqui desenvolvida. O aprofundamento que penetra todas as vontades é associado à espiritualidade dos caules de milefólio; eles são redondos pois simbolizam o céu e o espírito. O número que lhes serve de base é o sete; seu número total é 49 (7 x 7). Os hexagramas representam a terra; o número que lhes serve de base é o oito; seu número total é 64 (8 x 8), o total dos hexagramas. Servem para determinar o campo de ação. Finalmente, as diferentes linhas são móveis e mutáveis (seus números são 6 e 9), de modo a dar informações e resolver as dúvidas relativas a situações particulares.


Os santos e sábios possuíam este conhecimento. Recolhiam-se e em reclusão cultivavam seu espírito; por isso eram capazes de penetrar no modo de pensar dos homens (penetração), podendo, então, determinar a boa fortuna ou o infortúnio (o campo de ação) e conhecer o passado e o futuro (a resolução das dúvidas). E o conseguiam graças a seu conhecimento e sabedoria (determinação do campo de ação) e graças a seu divino poder (resolução das dúvidas). Essa divina força guerreira (em chinês Shên Wu) age sem esmorecer (essa é uma interpretação preferível a "sem matar").



3 — Por isso eles sondavam o sentido dos céus e compreendiam as
circunstâncias dos homens. Eles inventaram, assim, essas coisas
divinas como resposta às necessidades humanas. Os santos e os
sábios jejuavam para que suas naturezas se tornassem límpidas e claras,
semelhantes ao divino.


Como esses sábios conheciam igualmente as leis que regem o curso do universo e aquilo de que os homens carecem, inventaram o uso das varetas oraculares — essas são as "coisas divinas" —, de modo a preencher as necessidades dos homens. Por isso, concentravam-se em santa meditação, dando à sua natureza a
força e a plenitude necessárias para atingir esse fim. Portanto, a compreensão do
Livro das Mutações decorre também do vínculo de uma concentração e meditação.


4 — Por isso chamaram ao fechar dos portões o Receptivo, e ao
abrir, o Criativo. À alternância entre o fechar e o abrir eles
chamaram "a mutação". Ao incessante movimento de ir e vir
eles chamaram "o penetrar". Àquilo que se manifesta visivelmente eles
chamaram "a imagem", e ao que possui uma forma
corpórea chamaram "coisa"34. Ao que foi estabelecido para o
uso chamaram "lei". Ao que favorece o sair e o entrar, àquilo
de que vivem todos os homens, eles chamaram "o divino".





Capítulo IX
Sobre o Oráculo



O processo da consulta oracular é aqui relacionado aos processos cósmicos. O procedimento ao se consultar o oráculo consiste no seguinte:



Tomam-se cinqüenta varetas de caule de milefólio18, das quais utilizam-se somente quarenta e nove19. Essas quarenta e nove varetas são divididas em dois grupos. Retira-se uma vareta do grupo da direita e coloca-se entre os dedos anular e mínimo da mão esquerda. A seguir, contam-se as varetas do grupo da esquerda de quatro em quatro, colocando-se o restante (quatro ou menos) entre os dedos anular e médio também da mão esquerda. O mesmo se faz com o grupo da direita, colocando-se o restante entre o indicador e o dedo médio. Isso constitui uma mutação. Agora têm-se na mão esquerda cinco ou nove varetas.20 Juntam-se. então, os dois grupos restantes21, e repete-se mais duas vezes a mesma operação. Nessa segunda e terceira vez obtêm-se quatro ou oito varetas.22 Consideram-se as cinco varetas obtidas na primeira operação e as quatro obtidas nas duas operações seguintes como uma unidade, com valor numérico três.23 O nove obtido na primeira operação e o oito obtido na segunda ou terceira operação têm valor numérico dois.



Se em três mutações consecutivas obtemos os valores 3+3+3 = 9, o resultado é um Yang velho, uma linha firme móvel. Se em três mutações consecutivas obtemos os valores 2 + 2+2 = 6, o resultado é um Yin velho, ou seja, uma linha maleável móvel. O sete é o Yang jovem, o oito é o Yin jovem; individualmente, como linhas, não são levadas em consideração.24 (V. a seção sobre consulta oracular no Apêndice 1.)



4. Os números que conduzem ao CRIATIVO somam um total de 216; os
que levam ao RECEPTIVO somam 144, perfazendo, reunidos, um total
de 360. Correspondem, pois, aos dias do ano.



18. Na China as varetas usadas para a consulta ao I Ching eram, em geral, de caule de milefólio. Outros materiais, é claro, podem ser empregados, uma vez que o essencial é o número dessas varetas, podendo-se variar não só o material como a espessura (desde que dentro dos limites que o manuseio de quarenta e nove delas impõe) e o comprimento. As varetas chinesas variavam entre trinta e cinqüenta centímetros de comprimento. Uma recente edição japonesa do I Ching, que se faz acompanhar de um jogo de varetas, usa como material o bambu e mantém o comprimento de trinta e seis centímetros. (Nota da tradução brasileira.)
19. Na realidade, para a consulta utilizam-se cinqüenta varetas. Uma, entretanto, é retirada ao início da consulta, sendo colocada adiante da área em que serão dispostos os grupos de varetas obtidos nas divisões. A manipulação, na divisão, vai se fazer, portanto, com quarenta e nove varetas, uma vez que a vareta separada inicialmente será mantida á parte de todas as operações. Ela faz parte da consulta, não sendo, portanto, prescindível (por isso o número inicial é cinqüenta e não quarenta e nove), e poderia inclusive ser interpretada como representando o aspecto transcendente de T'ai Chi, o Uno primordial. (Idem.)
20. Essas são as duas únicas quantidades matematicamente possíveis de serem obtidas dos procedimentos descritos, (idem.)
21. As cinco ou nove varetas obtidas na primeira operação são postas à parte, temporariamente. (Idem.)
22. As quais são também postas à parte, junto com as cinco ou nove iniciais. (Idem.)
23. Existe uma tabela simplificada pela conversão do resultado da soma do total de varetas obtidas em cada três operações numa linha. Essa tabela é representada em nota adicional à seção sobre a consulta oracular no Apêndice I. (Idem.)
24.Isto é, são consideradas apenas para o processo oracular. Para o estudo dos hexagramas (fora do contexto específico de uma consulta) todas as linhas são importantes. Por isso usa-se, antes das linhas, a numeração nove ou seis apenas para o uso oracular. (Idem.)
 
Quando o CRIATIVO se compõe de seis linhas Yang velhas, isto é, apenas de noves, o seguinte resultado é obtido na consulta oracular:



A mesma operação repetida seis vezes, para a obtenção das seis linhas, tem como resultado: 36 X 6 = 216 varetas.
Quando o RECEPTIVO se compõe de seis linhas Yin velhas, isto é, obtendo-se apenas seis, chega-se ao seguinte resultado:


A mesma operação repetida seis vezes, para a obtenção das seis linhas de um
hexagrama, tem como resultado: 24 X 6 = 144 varetas.
Se, então, somamos os números obtidos para o CRIATIVO e para o RECEPTIVO, temos: 216 + 144 = 360, que corresponde ao número médio de dias do ano no calendário chinês.25

5 — Os números das varetas nas duas partes somam 11.520,
que correspondem ao número das dez mil coisas.26

No livro das Mutações há um total de 192 linhas de cada espécie, o que soma 384 linhas (64 X 6), metade das quais Yang e metade Yin. Como indicamos na seção anterior, após a obtenção de cada linha Yang móvel têm-se, restantes, 36 varetas, de modo que ao todo temos: 192 X 36 = 6.912. Após a obtenção de cada linha Yin móvel têm-se, restantes, 24 varetas: 192 X 24 = 4.608. Somados os totais, chega-se, portanto, ao resultado: 6.912 + 4.608 = 11.520.

6 — Por isso são necessárias quatro operações para produzir
uma mudança; dezoito mutações produzem um hexagrama.

Os termos "mutação" e "mudança" são utilizados aqui no mesmo sentido. Cada linha é composta, como vimos acima, de três "mudanças" ou "mutações". As quatro operações são:

1) Divisão das varetas em dois grupos.
2) Separação de uma das varetas do grupo da direita, que é colocada entre o dedo mínimo e o anular.
3) Contagem das varetas do grupo da esquerda de quatro em quatro, colocando o restante entre o anular e o dedo médio.
4) Contagem das varetas do grupo da direita de quatro em quatro, colocando-se o restante entre o indicador e o dedo médio.

Através dessas quatro operações obtém-se uma "mudança" ou "mutação", isto é, o valor numérico dois ou três (v. acima). Repetindo essa mutação três vezes, obtemos o valor da linha: seis ou sete, oito ou nove. Seis linhas (3 mudanças X 6 = 18 mudanças) formam a estrutura do hexagrama.
  
7 — Os oito signos formam uma pequena conclusão.
  
25. O ano chinês coincide basicamente com o ano metônico.
26. "As dez mil coisas", expressão chinesa equivalente à multiplicidade. Em determinadas passagens, essa expressão aproxima-se da interpretação de Martin Heidegger do conceito grego de "ente" (ta onta), em contraposição a "ser" (to einai). (Nota da tradução brasileira.)




Segunda explicação (Extraída da Internet)





Consulta-se o oráculo com a ajuda de varetas de caule de milefólio. Para a prática oracular são utilizadas 50 varetas. Ao iniciar a consulta, coloca-se uma vareta de lado, a qual permanece à parte das divisões que passam a se processar, até o final da consulta. As 49 varetas restantes são repartidas em dois grupos. Tira-se uma vareta do grupo da direita, para colocá-la entre os dedos mínimo e anular da mão esquerda. Toma-se o grupo de varetas à esquerda na mão esquerda e com a mão direita se vai dividindo as varetas de 4 em 4, até que restem 4 varetas ou menos, que são, então, colocadas entre os dedos anular e médio da mão esquerda. A seguir divide-se o grupo da direita também de 4 em 4, colocando as restantes 4 ou menos entre o indicador e o dedo médio da mão esquerda. A soma das varetas que se encontram neste momento entre os dedos da mão esquerda será 9 ou 5. (As várias possibilidades são: 1 + 4 + 4 ou 1 +3 + 1 ou 1 + 2 + 2 ou 1 + 1 + 3.) Como se pode verificar, é mais fácil obter o número 5 que o número 9.



Nessa primeira divisão das varetas, a primeira vareta que fora retirada do grupo da direita e colocada entre o dedo mínimo e o anular é desprezada como excedente, considerando-se, então: 9 = 8 e 5 = 4. O número 4 significa uma unidade completa à qual se atribui o valor numérico 3. Por outro lado, o número 8 significa uma dupla unidade à qual se atribui o valor numérico 2. Se na primeira contagem restarem 9 varetas, seu valor será 2. Se restarem 5, seu valor será 3. As varetas usadas para a obtenção desses valores são temporariamente postas de lado.



Reúnem-se, em seguida, as demais duas partes para serem outra vez repartidas.



Torna-se a retirar uma vareta do grupo da direita, colocando-a entre os dedos mínimo e anular da mão esquerda, e se procede à divisão de varetas tal como na vez anterior. Nesta segunda ocasião, a soma das restantes será 8 ou 4. As combinações possíveis são:



1 + 4 + 3
1 + 3 + 4 = 8 ou
1 + 1 + 2
1 + 2 + 1 = 4



Assim sendo, agora as possibilidades de se obter 8 ou 4 são iguais. 8 vale 2 e 4 vale 3.



O mesmo procedimento das divisões anteriores é repetido uma terceira vez e se obterão outra vez 8 ou 4 varetas restantes.



Com o valor numérico das três somas das varetas restantes se forma uma linha. Se a soma é 5 (= 4, valor numérico 3) + 4 (valor numérico 3) + 4 (valor numérico 3), o resultado será 9, o que equivale ao chamado Yang velho. Esta é uma linha positiva móvel, que, portanto, deve ser levada em consideração na interpretação das linhas. É indicada pelos símbolos — O — ou O .



Se a soma obtida é 9 (= 8, valor numérico 2) + 8 (valor numérico 2) + 8 (valor numérico 2), o resultado será 6, o que equivale ao chamado Yin velho. Esta é uma linha negativa móvel, que, portanto, deve ser levada em consideração na interpretação das linhas. É indicada pelo símbolo —X — ou X.



Se a soma é:



9 (2) + 8 (2) + 4 (3)
ou 5 (3) + 8 (2) + 8 (2)
ou 9 (2) + 4 (3) + 8 (2) = 7





O resultado será o valor numérico 7, o que equivale ao chamado Yang jovem. Esta é uma linha positiva em repouso e, portanto, não deve ser considerada na interpretação das linhas. É representada por uma linha inteira: ________





Se a soma é:



9 (2) + 4 (3) + 4 (3)
ou 5 (3) + 4 (3) + 8 (2)
ou 5 (3) + 8 (2) + 4 (3) = 8



O resultado será o valor numérico 8, o que equivale ao chamado Yin jovem. Esta é uma linha negativa em repouso, que, portanto, não deve ser levada em consideração na interpretação das linhas. É representada por uma linha partida: ____ ____ .



Com esse processo sendo repetido seis vezes, se constrói um hexagrama em suas seis etapas. Quando se constrói uma hexagrama apenas com linhas em repouso, o oráculo leva em consideração apenas a idéia geral, tal como expressa no “Julgamento” do Rei Wên, no “Comentário sobre a Decisão” de Confúcio e no texto da Imagem.



Se no hexagrama assim obtido há uma ou mais linhas móveis deve-se levar em consideração também as palavras acrescentadas a esta (ou estas) linha pelo Duque de Chou; elas são introduzidas com a indicação “Nove na… posição”).



Deste movimento, isto é, desta mutação nas linhas, surge um novo hexagrama, cujo significado deve também ser considerado. Quando, por exemplo, se obtém o hexagrama 56 com a quarta linha móvel, devem ser levados em consideração não só o texto e a Imagem referentes ao hexagrama, como um todo, mais o texto que acompanha a quarta linha, mas também o texto e a imagem referentes ao hexagrama 52. O hexagrama 56 seria o ponto de partida de um desenvolvimento que conduz, através do 9 na quarta posição e do conselho que o acompanha, à situação final, que é o hexagrama 52. No segundo hexagrama o texto referente à linha móvel não é considerado.



No caso das varetas a probabilidade de se obter uma linha yang (20 + 12) e de se obter uma linha yin (28 + 4) esta na relação de 1:1, tal como acontece com as moedas. A probabilidade de se obter uma linha em repouso (20 + 28) e a de se obter uma linha em movimento (4 + 12), também se encontra na relação de 3:1 como na consulta com moedas.



Entretanto, no método das varetas a relação de probabilidade de uma linha yang se transformar numa linha yin é de 3:1 (12:4); enquanto que a relação de probabilidade de uma linha yin mudar para uma linha yang é de 1:3 (4:12). Essas diferentes relações de probabilidade refletem uma tendência intrínseca do yin para a estabilidade e do yang para a transformação.





Terceira explicação (Extraída da internet)

Outro exemplo:


A forma tradicional de consulta ao I Ching é através do manuseio de 50 varetas de milefólio (Achillea Millefolium), da seguinte maneira:

1) Separe uma das 50 varetas e coloque-a de lado, bem longe do alcance da mão. Essa vareta representa o oráculo e por isso não participa das mutações, atuando como elo de ligação entre o consulente e o plano espiritual (Tao).

2) Energize as varetas segurando-as com as duas mãos por alguns instantes concentrando-se mentalmente na pergunta a ser formulada.

3) Divida com a mão direita o feixe de varetas em dois conjuntos, depositando o conjunto da mão direita na mesa e mantendo o outro conjunto na mão esquerda.

4) Retire uma vareta do conjunto que está em cima da mesa e coloque-a entre o dedo anular e o dedo mindinho da mão esquerda.

5) Divida o conjunto de varetas que permaneceu na mão esquerda em grupos de quatro varetas e coloque-os sobre a mesa até sobrar 4 ou menos varetas.

6) Coloque o que sobrou - de 1 a 4 varetas - entre o dedo médio e o anular da mão esquerda.

7) Pegue o outro conjunto que permaneceu em cima da mesa, passe-o para a mão esquerda e comece a operação de divisão em grupos de quatro varetas até sobrarem 4 ou menos varetas.

8) Coloque o que sobrou - de 1 a 4 varetas - entre o dedo médio e o dedo indicador da mão esquerda.

9) Conte o total de varetas que sobrou na mão esquerda - 5 ou 9 varetas - e separe-as definitivamente. Esse é o primeiro resto.

10) Junte os grupos de varetas que sobraram em cima da mesa e realize pela segunda vez a operação descrita nos ítens de 3 a 9. Desta vez, só sobram 4 ou 8 varetas. Esse é o segundo resto.

11) Junte os grupos de varetas que sobraram em cima da mesa e realiza pela terceira vez a operação descrita nos ítens de 3 a 9. Desta vez, também sobram de 4 a 8 varetas. Esse é o terceiro resto.

12) Agora preste muita atenção porque esta é a parte mais importante da operação: conte os grupos de quatro varetas que sobraram em cima da mesa após a última divisão. Haverá 9, 8, 7 ou 6 grupos de quatro varetas que correspondem ao número da linha formada na 1ª posição do hexagrama, de acordo com o seguinte quadro.

(1) 9 grupos= Linha inteira mutável(velho yang em movimento) -o-
(2) 8 grupos= Linha partida imutável(jovem yin em repouso) - -
(3) 7 grupos= Linha inteita imutável(jovem yang em repouso) -
(4) 6 grupos= Linha patida mutável(velho yin em movimento) -x-

13) Repita toda a operação para as outras cinco posições em ordem ascendente até completar o hexagrama. Não esqueça de anotar o número da linha ao final de cada operação.

14) Desenhe o hexagrama no modelo de Consulta Oracular do Instituto do I Ching. No caso de haver linhas móveis, desenhe também o hexagrama derivado do hexagrama básico, lembrando que a linha inteira (yang) móvel (9) se transforma numa linha partida yin; e que linha partida (yin) mutável (6) se transforma numa linha inteira (yang) imóvel. Os 64 hexagramas com suas seis linhas móveis permitem a possibilidade de 4.096 estados de mutação (642) com os quais pode se representar qualquer situação do mundo manifestado.

15) Identifique o número do hexagrama no Quadro de Identificação do Hexagrama.

16) Determine o nome do hexagrama na relação Nome dos Hexagramas.

17) Localize o hexagrama no I Ching e inicie a sua interpretação.




Diferença entre a Consulta com Varetas e com Moedas



2 — Oráculo de Moedas



Além do método de consulta oracular através das varetas de caule de milefólio, utiliza-se também um método abreviado que emprega moedas. Em geral, usam-se antigas moedas chinesas de bronze, que têm um orifício ao meio e uma inscrição gravada numa das faces. Tomam-se três moedas, que são lançadas juntas.

A cada vez que são atiradas obtém-se uma linha. A face inscrita considera-se como

Yin e seu valor é 7. Através do movimento ou mutação de uma linha forte surge uma linha maleável. E através do de uma linha maleável surge uma linha forte.



O resultado da consulta com as varetas não é matematicamente igual ao resultado da consulta com as moedas. O método de consulta com as varetas de milefólio contém uma lei de probabilidade muito mais precisa do que o método de consulta com as moedas, como se pode observar no seguinte quadro:





Lei de Probabilidades Varetas/Moedas



9 (velho yang em movimento)= 12/1

8 (jovem yin em repouso)= 28/3

7 (jovem yang em repouso)= 20/3

6 (velho yin em movimento)= 4/1

Total= 64/8



Assim, segundo essa hipótese, os hexagramas seriam apenas representações gráficas das combinações obtidas com as varetas. Nessa época em que o I Ching estava sendo elaborado, a adivinhação não era uma arte ao alcance de todos - ligada ao sistema de governo, era, portanto, uma disciplina reservada aos soberanos.




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