terça-feira, 18 de outubro de 2011

Rei Wen


REI WEN
(1.121 - 256 a.C.)


Rei Wen: Fundador da Dinastia Chou (1.121 - 256 a.C.). Autor dos 64 “Julgamentos” dos hexagramas — os comentários sobre cada hexagrama. No entanto, algumas fontes dizem que por volta de 1123 a.C., o Rei Wen, do Estado de Zhou, criou os hexagramas, que são dois trigramas um sobre o outro, formando figuras de 6 linhas.


Segundo a literatura chinesa, após Fu Hsi, o Livro das Mutações teve outros três compiladores que enriqueceram seu conteúdo: o Rei Wen, que dizem, nunca foi rei, também conhecido como Conde Wen (em chinês ???) ou Zhou Wén Wáng (1099–1050 a.C) foi o fundador da Dinastia Chou (em chinês, ?? ou Zhoucháo), que derrubou a anterior Dinastia Shang. É hoje muito mais lembrado, todavia, por suas importantes contribuições para a interpretação do I Ching, pois acrescentou um julgamento para cada um dos 64 hexagramas; o Duque de Chou (Chou Gong Dan), seu filho, que incorporou os comentários referentes às linhas mutáveis dos hexagramas; e Confúcio, o famoso sábio, autor dos textos relacionados à imagem e ao comentário de cada hexagrama. 

O arranjo atual e comentários para cada um dos hexagramas são atribuída ao rei Wen, por volta de 1200 a.C, numa época em que ele foi lançado na prisão por um tirano conquistador, o rei Chou-Hsin. Por causa da prisão do Rei Wen, o Hexagramas transmitir avisos, bem como descrições de circunstâncias e profecias. Ou a profecia em si é freqüentemente associada com um aviso. Isso traz outro preceito importante do I Ching:

"Aquele que está consciente do perigo cria uma e a própria paz
Aquele que trata as coisas de ânimo leve traz uma e a própria queda
no meio e sem culpa é o Tao (caminho) do I Ching do começo ao fim. "
 
Rei Wen foi um governante de grande virtude, mas governou apenas uma pequena província. Ao tentar derrubar o rei déspota Chou-Hsin seus esforços foram descobertos e ele foi condenado à prisão. Rei Wen (e Rei Chou-Hsin) são os assuntos do Hexagrama 36, MING I, o escurecimento da Light.

Rei Wen teve cinco filhos, e um, o Rei Wu, foi capaz de derrubar o tirano, forçando-o a morte. Um segundo filho do Rei Wen, o Duque de Chou, tornou-se um administrador capaz no novo reinado do Rei Wu, assim como o reino do filho do rei Wu, o rei Chen. 
  
 
O Rei Wen e seus súditos

O livro examina os 64 hexagramas (de seis linhas) compostos a partir das combinações dos oito trigramas que representam os estados essenciais da natureza e do universo. No julgamento de cada hexagrama e na análise das linhas são especificadas as situações de interação entre a polaridade Yin e o Yang – recolhimento e expansão – que produzem os fenômenos mutáveis que vivemos, indicando que todas as coisas quando chegam ao seu limite máximo transformam-se no oposto.
 




Existem 64 possíveis combinações dos oito trigramas, que podem produzir um hexagrama estável ou dois (o Trigrama Nuclear), que retrata uma situação em movimento.
 
Além da lei da mutação e das imagens dos estados de mutação apresentados pelos sessenta e quatro hexagramas, outro fator a ser considerado é o curso da ação.
 
Cada situação exige uma forma de ação que lhe seja adequada. Em cada situação há um caminho de ação cujo curso é correto e outro cujo curso é errado. E claro que o curso correto traz boa fortuna e o errado, infortúnio. Qual, então, é o caminho correto em cada caso dado? Esta questão era o fator decisivo e graças a ela o I Ching transcendeu a condição de um livro comum de adivinhação. Se um adivinho ao ler cartas diz à sua cliente que, dentro de uma semana, ela receberá uma carta com dinheiro da América, não há nada que essa mulher possa fazer senão esperar que a carta chegue, ou não chegue. Nesse caso, o que se prevê é a sorte, que em muito independe do que o indivíduo possa fazer ou não. Por isso a previsão da sorte carece de importância moral. Quando, um dia, pela primeira vez na China, alguém ao receber uma previsão sobre o futuro não deixou que a questão parasse nesse ponto, mas se perguntou "o que devo fazer?", o livro divinatório tornou-se livro de sabedoria.
 
Estava reservado ao Rei Wen, que viveu em torno de 1150 a.C, e a seu filho, Duque de Chou, que realizassem essa mudança.
 
Eles dotaram os hexagramas e as linhas, até então mudos, dos quais o futuro era previsto em cada caso como um assunto individual, de conselhos preciosos quanto à conduta correta. Assim, o indivíduo vem a tornar-se co-autor de seu destino, uma vez que suas ações intervém como fatores determinantes dos acontecimentos do mundo, e o fazem, de maneira ainda mais decisiva, quanto mais cedo, com a ajuda do Livro das Mutações, ele puder identificar as situações ainda em sua fase embrionária, pois esse é o momento crucial.
 
Enquanto as coisas estão nos primórdios podem ser controladas, mas uma vez desenvolvidas até as últimas conseqüências ganham um poder tão avassalador que o homem se vê impotente diante delas. Por isso, o Livro das Mutações tornou-se uma obra de divinação muito singular. Os hexagramas e as linhas, em seus movimentos e mutações, reproduzem, de maneira misteriosa, os movimentos e as mutações do macrocosmo.
 
Através do uso das varetas de caule de milefólio se poderia chegar a uma visão global da configuração das circunstâncias. Alcançada essa perspectiva, as palavras do oráculo indicariam o que deveria ser feito de modo a atender às necessidades do momento.


Capítulo II
História da Civilização



1 — Quando na mais remota antigüidade Pao Hi governava o mundo, ele levantou os olhos e contemplou as imagens no céu, e abaixou os olhos e contemplou os fenômenos na terra. Observou os sinais dos pássaros e dos animais, e sua adaptação às regiões. Ele procedia diretamente a partir de si mesmo, e indiretamente a partir das coisas. Inventou, assim, os oito trigramas, para entrar em contato com as virtudes dos deuses luminosos e para organizar as condições de todos os seres.
 

O Pai Hu Tung descreve do seguinte modo a condição primitiva da sociedade humana:
 

No princípio não havia ainda nem ordem moral nem ordem social. Os homens conheciam apenas suas mães, não seus pais. Quando famintos, procuravam alimentos; quando saciados, jogavam fora os restos. Devoravam seus alimentos com pele e pêlos, bebiam sangue, cobriam-se de couro e de juncos. Chegou, então, Fu Hsi, levantou os olhos e contemplou as imagens no céu, abaixou os olhos e contemplou os eventos na terra. Ele uniu o homem à mulher, organizou os cinco estados de mutação e estabeleceu as leis da humanidade. Ele traçou os oito trigramas para governar o mundo.
 

O nome do mítico fundador da civilização era redigido de vários modos. Seu significado parece aludir a um caçador ou ao inventor do hábito de cozer os alimentos. Permanece em aberto a questão quanto a saber se apenas os 8 trigramas ou também os 64 hexagramas remontam a ele. Como ele próprio é um personagem mítico, pode-se deixar de lado essa discussão. É quase certo que os 64 hexagramas existiam já antes do Rei Wên.
 

42 A interpretação "bondade" em vez de ' homens" na frase: "Como se conserva essa posição?


Através dos homens" é refutada pelo sentido do contexto. (Nota da tradução brasileira.)
 

As palavras encontradas no I Ching são mais antigas que o próprio livro e provêm de uma linguagem xamânica da China antiga.
 

O objetivo do oráculo é recordar-nos de que fazemos parte de um quadro maior. Nossas preocupações não podem ser separadas do fluxo de vida que nos cerca.
Todos esses ensinamentos foram compilados por volta de 200 a.C. e o converteram no I Ching, o livro das mutações, um texto clássico oriental. Essa compilação clássica corresponde exatamente ao texto que conhecemos hoje.





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