REI WEN
(1.121 - 256 a.C.)
Rei Wen: Fundador da
Dinastia Chou (1.121 - 256 a.C.). Autor dos 64 “Julgamentos” dos hexagramas —
os comentários sobre cada hexagrama. No entanto, algumas fontes dizem que por
volta de 1123 a.C., o Rei Wen, do Estado de Zhou, criou os hexagramas, que são
dois trigramas um sobre o outro, formando figuras de 6 linhas.
Segundo a
literatura chinesa, após Fu
Hsi, o Livro das Mutações teve outros três compiladores que enriqueceram
seu conteúdo: o Rei Wen, que dizem, nunca
foi rei, também conhecido como Conde Wen (em chinês ???) ou
Zhou Wén Wáng (1099–1050 a.C) foi o fundador da Dinastia Chou (em chinês, ?? ou
Zhoucháo), que derrubou a anterior Dinastia Shang. É hoje muito mais lembrado,
todavia, por suas importantes contribuições para a interpretação do I Ching, pois acrescentou
um julgamento para cada um dos 64 hexagramas; o Duque de Chou (Chou Gong Dan),
seu filho, que incorporou os comentários referentes às linhas mutáveis dos
hexagramas; e Confúcio, o famoso sábio,
autor dos textos relacionados à imagem e ao comentário de cada hexagrama.
O arranjo atual e
comentários para cada um dos hexagramas são atribuída ao rei Wen, por volta de 1200
a.C, numa época em que ele foi lançado na prisão por um tirano conquistador, o
rei Chou-Hsin. Por causa da prisão do Rei Wen, o Hexagramas
transmitir avisos, bem como descrições de circunstâncias e profecias. Ou a
profecia em si é freqüentemente associada com um aviso. Isso traz outro
preceito importante do I Ching:
"Aquele que está consciente do
perigo cria uma e a própria paz
Aquele que trata as coisas de ânimo
leve traz uma e a própria queda
no meio e sem culpa é o Tao (caminho)
do I Ching do começo ao fim. "
Rei Wen foi um governante
de grande virtude, mas governou apenas uma pequena província. Ao tentar
derrubar o rei déspota Chou-Hsin seus esforços foram descobertos e ele foi
condenado à prisão. Rei Wen (e Rei Chou-Hsin)
são os assuntos do Hexagrama 36, MING I, o escurecimento da Light.
Rei Wen teve cinco filhos,
e um, o Rei
Wu, foi capaz de derrubar o tirano, forçando-o a morte. Um segundo filho
do Rei Wen, o Duque de Chou, tornou-se um
administrador capaz no novo reinado do Rei Wu, assim como o reino do filho do
rei Wu, o rei Chen.
O livro examina os
64 hexagramas (de seis linhas) compostos a partir das combinações dos oito
trigramas que representam os estados essenciais da natureza e do universo. No
julgamento de cada hexagrama e na análise das linhas são especificadas as
situações de interação entre a polaridade Yin e o Yang – recolhimento e expansão – que produzem os
fenômenos mutáveis que vivemos, indicando que todas as coisas quando chegam ao
seu limite máximo transformam-se no oposto.
Existem 64
possíveis combinações dos oito trigramas, que podem produzir um hexagrama
estável ou dois (o Trigrama Nuclear), que retrata uma situação em movimento.
Além da lei da
mutação e das imagens dos estados de mutação apresentados pelos sessenta e
quatro hexagramas, outro fator a ser considerado é o curso da ação.
Cada situação exige
uma forma de ação que lhe seja adequada. Em cada situação há um caminho de ação
cujo curso é correto e outro cujo curso é errado. E claro que o curso correto
traz boa fortuna e o errado, infortúnio. Qual, então, é o caminho correto em
cada caso dado? Esta questão era o fator decisivo e graças a ela o I Ching transcendeu a
condição de um livro comum de adivinhação. Se um adivinho ao ler cartas diz à
sua cliente que, dentro de uma semana, ela receberá uma carta com dinheiro da
América, não há nada que essa mulher possa fazer senão esperar que a carta
chegue, ou não chegue. Nesse caso, o que se prevê é a sorte, que em muito
independe do que o indivíduo possa fazer ou não. Por isso a previsão da sorte
carece de importância moral. Quando, um dia, pela primeira vez na
China, alguém ao receber uma previsão sobre o futuro não deixou que a questão
parasse nesse ponto, mas se perguntou "o
que devo fazer?", o livro
divinatório tornou-se livro de sabedoria.
Estava reservado ao Rei Wen, que viveu em torno de 1150
a.C, e a seu filho, Duque de Chou,
que realizassem essa mudança.
Eles dotaram os
hexagramas e as linhas, até então mudos, dos quais o futuro era previsto em
cada caso como um assunto individual, de conselhos preciosos quanto à conduta
correta. Assim, o indivíduo vem a tornar-se co-autor de seu destino, uma vez
que suas ações intervém como fatores determinantes dos acontecimentos do mundo,
e o fazem, de maneira ainda mais decisiva, quanto mais cedo, com a ajuda do
Livro das Mutações, ele puder identificar as situações ainda em sua fase
embrionária, pois esse é o momento crucial.
Enquanto as coisas
estão nos primórdios podem ser controladas, mas uma vez desenvolvidas até as
últimas conseqüências ganham um poder tão avassalador que o homem se vê
impotente diante delas. Por isso, o Livro das Mutações tornou-se uma obra de
divinação muito singular. Os hexagramas e as linhas, em seus movimentos e
mutações, reproduzem, de maneira misteriosa, os movimentos e as mutações do
macrocosmo.
Através do uso das
varetas de caule de milefólio se poderia chegar a uma visão global da
configuração das circunstâncias. Alcançada essa perspectiva, as palavras do
oráculo indicariam o que deveria ser feito de modo a atender às necessidades do
momento.
Capítulo
II
História da Civilização
1 — Quando na mais
remota antigüidade Pao Hi governava o mundo, ele levantou os olhos e contemplou
as imagens no céu, e abaixou os olhos e contemplou os fenômenos na terra.
Observou os sinais dos pássaros e dos animais, e sua adaptação às regiões. Ele
procedia diretamente a partir de si mesmo, e indiretamente a partir das coisas.
Inventou, assim, os oito trigramas, para entrar em contato com as virtudes dos
deuses luminosos e para organizar as condições de todos os seres.
O Pai Hu Tung
descreve do seguinte modo a condição primitiva da sociedade humana:
No princípio não
havia ainda nem ordem moral nem ordem social. Os homens conheciam apenas suas
mães, não seus pais. Quando famintos, procuravam alimentos; quando saciados,
jogavam fora os restos. Devoravam seus alimentos com pele e pêlos, bebiam
sangue, cobriam-se de couro e de juncos. Chegou, então, Fu Hsi, levantou os
olhos e contemplou as imagens no céu, abaixou os olhos e contemplou os eventos
na terra. Ele uniu o homem à mulher, organizou os cinco estados de mutação e
estabeleceu as leis da humanidade. Ele traçou os oito trigramas para governar o
mundo.
O nome do mítico
fundador da civilização era redigido de vários modos. Seu significado parece
aludir a um caçador ou ao inventor do hábito de cozer os alimentos. Permanece
em aberto a questão quanto a saber se apenas os 8 trigramas ou também os 64
hexagramas remontam a ele. Como ele próprio é um personagem mítico, pode-se deixar de lado
essa discussão. É quase certo que os 64 hexagramas existiam já antes do Rei Wên.
42 A interpretação
"bondade" em vez de ' homens" na frase: "Como se conserva
essa posição?
Através dos homens" é
refutada pelo sentido do contexto. (Nota da tradução brasileira.)
As palavras encontradas no
I Ching são mais antigas que o próprio livro e provêm de uma linguagem xamânica
da China antiga.
O
objetivo do oráculo é recordar-nos de que fazemos parte de um quadro maior.
Nossas preocupações não podem ser separadas do fluxo de vida que nos cerca.
Todos esses ensinamentos foram compilados por volta de 200 a.C. e o converteram no I Ching, o livro das mutações, um texto clássico oriental. Essa compilação clássica corresponde exatamente ao texto que conhecemos hoje.
Todos esses ensinamentos foram compilados por volta de 200 a.C. e o converteram no I Ching, o livro das mutações, um texto clássico oriental. Essa compilação clássica corresponde exatamente ao texto que conhecemos hoje.
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