I CHING
(ou
Jing Yi,
ou Yi Zhou)
(O
Livro das Mutações)
“Toma
primeiro as palavras,
Medita
sobre o seu significado
Então,
regras fixas se revelarão.
Mas
se não és o homem certo,
O
sentido não te será revelado.”
Numa prosa um tanto rítmica e rimada, exorta-se aqui o estudo
assíduo do Livro da Mutações (I
Ching). O texto enfatiza usando termos elogiosos que a mudança é
contínua, é a regra do livro. Concluindo, chama-se
a atenção para o fato de que uma capacidade interior
é essencial para compreensão do livro,
sem o que ele permanecerá fechado a sete chaves: se aquele que consulta o
oráculo não está em contato com o Tao, não recebe uma resposta inteligível, uma vez que esta
não seria de nenhuma valia.
Bem, nesta Primavera de 2011, resolvi expor aqui de forma didática o
maravilhoso oráculo I Ching, sugiro, no
entanto, que comprem qualquer livro sobre o I
Ching para que possam ter as respostas dos 64 hexagramas. Aqui tem como baixar
o principal na postagem Livros do I Ching. Este blog baseia-se em
fragmentos do clássico “I Ching - O Livro das Mutações”; do alemão Richard
Wilhelm. Quando houver disponibilidade vou carregar os hexagramas. Por hora,
CONSULTEM o I
Ching, o link está na postagem "Consulta com Moedas". Ou melhor,
está AQUI.
Palavras Iniciais
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China - Parte I e Parte II
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|
Horóscopo Chinês
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Sobre a tradução do I Ching do
alemão Richard Wilhelm
A tradução que está agora sendo apresentada ao público de língua
portuguesa surgiu da iniciativa de Alayde
Mutzenbecher junto à Editora Pensamento, em 1979. Alayde, que fora minha
aluna em cursos sobre I Ching, na Universidade Cândido Mendes, propôs, após os
contatos com a Editora Pensamento, que trabalhássemos juntos na tradução. Teve
início então uma jornada que consumiria mais de três anos. Decidimos que Alayde faria primeiramente uma versão,
tanto quanto possível literal, do alemão para o português. Nessa versão, as
inúmeras dificuldades afluiriam, tanto na busca de uma equivalência para certas
expressões, como também na determinação de um específico sentido entre os
vários possíveis. Nessa etapa, o texto passava às minhas mãos. Foram também
consultadas as traduções inglesa, francesa, argentina e chilena do texto de
Wilhelm. Dentre essas traduções, a versão inglesa de Cary F. Baynes, que contou com a revisão de Helmult Wilhelm, requeria especial atenção. A colaboração de Helmut Wilhelm possibilitou a correção
de alguns pequenos lapsos existentes no texto alemão, assim como a elucidação
de certas passagens mais obscuras. A revisão de Helmut Wilhelm se fez, inclusive, numa época em que novas pesquisas
sobre o I Ching traziam à luz dados inexistentes na época em que o trabalho de
seu pai se realizou.
Ao leitor que estiver tomando um primeiro contato com o I Ching,
julguei serem úteis alguns esclarecimentos em certas passagens. Para tanto,
acrescentei notas, que estão identificadas como relativas à tradução brasileira
- o que as distingue, sem risco de dúvida, das notas do texto original.
Tal como na tradução inglesa, mantivemos a transcrição dos
termos chineses de acordo com o sistema Wade,
geralmente adotado nos estudos de sinologia.
Quando o texto parecia ter alcançado seu perfil definitivo, uma
nova revisão teve lugar, outra vez com a colaboração de Alayde, que acompanhava, com o texto em alemão, a leitura do texto
em português. As passagens mais problemáticas eram anotadas e revistas. Nessas
diversas etapas, inúmeras pessoas contribuíram com sugestões, revisões,
consultas, de modo que, na realidade, o trabalho de tradução consistiu num
esforço conjunto e não na obra isolada de dois indivíduos. A ajuda de todos
possibilitou a conclusão do presente texto. Agradecer-lhes, nunca se poderia
fazer o bastante, e, creio, seria desnecessário, pois, para todos nós, esteve
sempre claro que o trabalho, sem dúvida exaustiva, era também uma oportunidade
rara e afortunada de intenso convívio com tão extraordinário acervo de
sabedoria. Quanto aos méritos que na presente tradução se possam encontrar,
devem-se, sem dúvida, às contribuições de todos os que junto conosco
trabalharam. Quanto aos erros que nela subsistem, estes devo assumir pessoal e
solitariamente, pois a mim coube a pesada e difícil responsabilidade da palavra
final. Procurei de todos os modos evitá-los; nisso coloquei o mais sério
empenho, a mais completa dedicação. Não poderia fazê-lo diferente, pois quem
ama não sabe negar esforços em favor do que ama. Ao final, resta-me apenas a
certeza de que fiz tudo o que me foi possível.
Aos que estiverem lendo o I Ching pela primeira vez, gostaria de
dizer que não se deixem esmorecer diante do que lhes pareça demasiado obscuro. Há de aclarar-se, pois não há noite que dure para sempre.
É nesse esforço que se pode aprender a virtude da perseverança, tão enfatizada
no Livro das Mutações.
Ao relermos o I Ching, é necessário e recomendável
que estejamos atentos ao perigo do que julgamentos demasiado claro. Os dias
também findam e o destino de todo saber é conduzir-nos ao não-saber. Só nesse
cuidado poderemos cultivar a virtude da modéstia, ressaltada no Hexagrama 15. O
estudo do I Ching é um trabalho constante, no qual, mais que um acúmulo
de conhecimento, se processa uma crescente conscientização do ignorado. Ao
primeiro ano de estudo, em geral julgamentos que estamos sabendo muito mais do
que antes. Ao décimo ano, em geral descobrimos que desconhecemos o livro muito
mais do que julgávamos. Ao início do estudo, procuramos o significado do I
Ching através dos textos; a seguir, através do Kua e, finalmente, na
própria vida, da qual surgiram os Kua (Trigramas), dos quais surgiram as
palavras. O caminho deve reencontrar o ponto de partida e descobrir que no
próprio caminhar tudo se modificou.
Que a presente tradução possa tornar acessível, ao maior número
de pessoas, o ponto de partida deste extraordinário caminho sem fim, e que o
legado do passado possa assim ser transmitido para o futuro.
Gustavo
Alberto Corrêa Pinto
Lhassa, 5 de junho de 1982
Então vamos lá...
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