terça-feira, 18 de outubro de 2011

Medicina Tradicional Chinesa (MTC)




China - O Império do Centro - Medicina Milenar


 

Acupuntura Chinesa – Auriculoterapia – Chi Kung
Dietética Chinesa – Fitoterapia Chinesa – Moxabustão
Ventosaterapia – O Tui Ná – Tai Chi Chuan




Atualmente são oito os principais métodos de tratamento da

Medicina Tradicional Chinesa:



  1. Fitoterapia chinesa (fármacos)
  2. Acupuntura
  3. Tuina ou Tui Ná (massagem e osteopatia chinesa)
  4. Dietoterapia (terapia alimentar chinesa)
  5. Auriculoterapia (tratamento pela orelha)
  6. Moxabustão
  7. Ventosaterapia
  8. Práticas físicas (exercícios integrados de respiração e circulação de energia, e meditação como: Chi Kung, o Tai Chi Chuan e algumas artes marciais) consideradas métodos profiláticos para a manutenção da saúde ou formas de intervenção para recuperá-la.




Medicina Tradicional Chinesa
(ou Zhõngyí xué)
 
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é uma forma de tratamento do “ser” como um todo. Utiliza-se de técnicas diagnósticas que apesar de serem antigas dão um panorama real e preciso do estado energético do paciente.

A sua história se perde no tempo, sendo necessário se utilizar muitas vezes da arqueologia para “redescobrir” os escritos históricos. Os mais antigos encontrados são de acordo com Wen (2001), os escritos da era do Imperador Amarelo (2704-2100 a.C.).
Pelos escritos preservados em cascos de tartaruga, chega-se a conclusão de que, nessa época, a Acupuntura não só já possuía suas bases como apresentava também certo nível de desenvolvimento.

Porém a MTC não se utiliza apenas da acupuntura para diagnostico e tratamento das alterações energéticas, são diversas técnicas como: moxabustão, massagens, exercícios, acupuntura, fitoterapia, dietoterapia entre outras. Todas têm como finalidade não deixar o Chi se estagnar, o que pode levar a alterações na matéria, ou mesmo tratar as alterações energéticas, restaurando a saúde integral.

A MTC, ao inverso da medicina ocidental, ignora a estrutura anatômica, a causalidade, e a dicotomia corpo-mente (AUTEROCHE, B.et al, 1987).

A MTC propõe-se a compreender, combater e interromper o processo de adoecimento, impedindo que ele progrida e eventualmente venha a agredir a matéria. A doença, salvo em situações de acidentes, ocorre como um longo processo, e a primeira coisa que adoece é a energia. Se nada for feito, o problema caminha para alterações funcionais e, por ultimo, passa a agredir a matéria (PERINI, Mauro, 2003).

Segundo Perini (2003), na China antiga o médico era condecorado quando a população da qual ele cuidava não adoecia; no Ocidente, o médico condecorado é aquele que trata as doenças já instaladas.



A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) também conhecida como medicina chinesa (em chinês: Zhõngyí xué, ou Zhõngao xué), é a denominação usualmente dada ao conjunto de práticas de Medicina Tradicional em uso na China, desenvolvidas ao longo dos milhares de anos da sua história.



A Medicina Chinesa, como já vimos, originou-se ao longo do Rio Amarelo, tendo formado a sua estrutura académica há muito tempo. Ao longo dos séculos, passou por muitas inovações em diferentes dinastias, tendo formado muitos médicos famosos e diferentes escolas. É considerada uma das mais antigas formas de Medicina Oriental, termo que engloba também as outras medicinas da Ásia, tais como os sistemas médicos tradicionais do Japão, Coreia, do Tibete, da Mongólia e da Índia.






A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) fundamenta-se numa estrutura teórica sistemática e abrangente, de natureza filosófica. Tendo como base o reconhecimento das leis fundamentais que governam o funcionamento do organismo humano, e sua interação com o ambiente segundo os ciclos da natureza, procura aplicar esta abordagem tanto ao tratamento das doenças quanto á manutenção da saúde através de diversos métodos.


Tomadas de pulso

Inscrições em ossos e carapaças de tartarugas das dinastias Yin e Shang, há 3.000 anos evidenciam registros medicinais, sanitários e uma dezena de doenças. Segundo registros da dinastia Zhou existiam métodos de diagnósticos tais como: a observação facial, a audição da voz, questionamento sobre eventuais sintomas, tomada dos pulsos para observação dos Zang-fu (órgãos e vísceras), assim como indicações para tratamentos terapêuticos como a acupunctura ou cirurgias. Já por essas épocas incluía nos seus princípios o estudo do Yin-Yang, a teoria dos cinco elementos e do sistema de circulação da energia pelos Meridianos do corpo humano, princípios esses que foram refinados através dos séculos seguintes. Nas dinastias Qin e Han haviam sido publicadas obras como “Cânone da Medicina Interna do Imperador Amarelo” (Huangdineijing) considerada atualmente como a obra de referência da medicina chinesa.



Existem muitas obras médicas clássicas famosas que nos chegaram do passado: “Cânone sobre Doenças Complicadas”,Sobre diversas doenças e a febre Tifóide”, “Sobre a Patologia de Distintas Doenças”, etc. O “código das Fontes Medicinas do Agricultor Divino” é a mais famosa e antiga obra sobre fármacos na China. Uma delas destaca-se pela sua importância o “Compêndio das Fontes Medicinais”, em 30 volumes escrita por Li Shizhen, da dinastia Ming, é a mais importante na história da China, e obra de referência a nível mundial na área da fitoterapia.

A acupuntura conhece reformas importantes na dinastia Song (960 a.C – 1279 a.C) impulsionadas principalmente pelo médico Wang Weiyi que publicou “Acupunctura e os pontos do Corpo Humano”. Moldando duas estátuas em bronze do corpo humano a fim de ensinar aos seus alunos as técnicas da acupuntura, acelerando assim o seu desenvolvimento. No século XX, Mao Tze Tung, oficializou o ensino da Medicina Chinesa a nível universitário e a sua divulgação por toda a china, criando-se muitas universidades e hospitais para a prática da medicina chinesa, considerada na altura um recurso valioso e acessível para a saúde pública.


BASES DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
  
YIN E YANG

Yin e Yang são os nomes escolhidos para representar o que os antigos chineses observavam acontecer o tempo todo, em tudo que tem vida. Eles foram vendo que a vida depende da presença da energia e que esta se comporta de formas diferentes, tem expressões opostas. A energia pode ser serena, quieta, escura como a noite. Mas depois, bem devagar, a luz surge e vai aquecendo, clareando, gerando movimentos nos bichos, nos vegetais, em nós que acordamos para trabalhar. Essa luz que é o Sol, continua subindo no céu e aquecendo cada vez mais. Até que chega ao seu apogeu ao meio-dia e começa o caminho inverso , trazendo de volta a quietude da escuridão. A natureza se aquieta e nós vamos dormir, para que tudo recomece no dia seguinte (PINHEIRO, Ana, 2005).



Os caracteres chineses para Yin e Yang são relacionados ao lado escuro e ensolarado de uma colina. Assim o caractere Yin indica o lado ensombrado de uma colina, enquanto o caractere Yang indica o lado ensolarado. Por conseguinte, eles também indicam escuridão e luminosidade ou sombreado e brilhante (MACIOCIA, Giovanni, 1996.).



Yin e yang são forças opostas de um ciclo, porém, são dependentes um do outro, um não pode existir sem o outro. Para classificarmos qualquer coisa como sendo Yin ou Yang devemos estabelecer uma comparação entre elas, pois a posição de Yin ou Yang não é absoluta e sim relativa.





CINCO ELEMENTOS



Baseados na observação da natureza os chineses passaram a buscar uma explicação filosófica para as doenças, deixando para traz os antigos dogmas sobrenaturais, e agrupando determinadas doenças com padrões parecidos em grupos, criando uma metodologia ao diagnosticar e tratar as patologias.





Um dos escritos mais antigos sobre Cinco Elementos data de 1000 – 771 A.C, escrito por Shang Shu dizia: “Os Cinco Elementos são Água, Fogo, Madeira, Metal e Terra. A Água umedece em descendência, o Fogo chameja em ascendência, a Madeira pode ser dobrada e esticada, o Metal pode ser moldado e endurecido, a Terra permite a disseminação, o crescimento e a colheita.

  



Esta afirmação mostra claramente que os Cinco elementos simbolizam cinco qualidades inerentes diversas e expressam o fenômeno natural (MACIOCIA, Giovanni, 1996.).




Os nomes não foram escolhidos ao acaso, representam uma série de associações da evolução natural. Um exemplo seria imaginar que o meio-dia relaciona-se com o elemento Fogo, ou simbolicamente, o Sol, de onde veio o planeta Terra (Elemento Terra). Com o resfriamento, aparecem os primeiros minerais (Elemento Metal), e em seguida com mais resfriamento, a água se precipita formando os oceanos (Elemento Água). Nos oceanos, os minerais, sob a ação do sol se combinam em moléculas complexas e aparece a vida (Elemento Madeira). A vida é capaz de produzir energia e calor e então se fecha o ciclo (voltando ao Elemento Fogo) (PINHEIRO, Ana, 2005).




Levando-se em consideração os elementos faz-se necessário saber que estes não estão ao acaso, eles possuem ciclos. Estes ciclos propiciam a evolução do ser (independente se animal, humano, ou vegetal):



Sequência de Geração: Nesta sequência cada elemento gera outro, sendo ao mesmo tempo gerado. Assim a Madeira gera Fogo, o Fogo gera Terra, a Terra gera o Metal, o Metal gera a Água, e a Água gera a Madeira (MACIOCIA, Giovanni, 1996.).



Se tomarmos como exemplo Metal podemos notar que este é gerado por Terra e por sua vez gera Água, ou seja, Metal é filho de Terra, e mãe de Água.
  
Sequência de Controle: Nesta sequência cada elemento controla o outro ao mesmo tempo em que é controlado. Segundo Perini (2003) sempre existe o que faz crescer e o que faz parar de crescer. Se somente existisse a geração, nós iríamos crescer sem parar.
Madeira controla Terra, Terra controla Água, Água controla Fogo, Fogo controla Metal, e Metal controla Madeira.




Se tomarmos como exemplo Metal podemos notar que este é controlado por Fogo, e controla Madeira. Logo Fogo é avô de Metal, e Metal é avô de Madeira.
  
Sequência de Contra Dominância: Contra dominância se demonstra quando um elemento está controlando o outro excessivamente e em sentido oposto ao ciclo de dominância. Assim a Madeira lesa o Metal, o Metal lesa o Fogo, o Fogo lesa Água, a Água lesa a Terra, e Terra lesa a Madeira.






Desta forma as duas primeiras sequências demonstram o equilíbrio normal entre os elementos, enquanto a ultima demonstra o relacionamento anormal entre os elementos e ocorrem quando o equilíbrio é quebrado.


CARACTERISTICAS DOS ELEMENTOS

• Elemento Madeira


É o ressurgimento do Yang, o aparecimento da vida na Terra. Sua principal característica é de iniciar a ação, dar vida e movimento às coisas. A Madeira relaciona-se com o fígado, é responsável pelo livre fluxo da energia no organismo e relaciona-se também com os músculos e tendões no que se refere ao movimento (PINHEIRO, Ana, 2005).


Este é o setor onde a energia vital sobe, cresce, ocupa espaço, procura abrir caminho para obter um lugar ao sol – exatamente como uma árvore que brota na primavera (HIRSCH, Sonia, s.d.).


A raiva é a emoção que causa agitação psicomotora e a que melhor se identifica com Madeira. Na natureza, o vento é a força que dá movimento às coisas. O verde é a cor associada ao vegetal (Madeira) e o acido, o sabor que pode favorecer o movimento através de contrações sutis. A Primavera representa o renascimento da vida, o crescente calor yang rumo ao verão (PINHEIRO, Ana, 2005).


• Elemento Fogo


É o yang em sua plenitude. Movimento de expansão que se relaciona com os vasos, e que permite a expansão do sangue e do calor pelo corpo, impulsionados pelo órgão Fogo que é o coração. A emoção que leva o caráter expansivo é a alegria. O sabor gerado por Fogo é o amargo que queima. A estação é o Verão, apogeu do calor, e a cor consiste no vermelho, que representa as chamas e também nosso rubor quando ficamos “quentes” (PINHEIRO, Ana, 2005).


• Elemento Terra


Simboliza a transformação, relacionando-se com a digestão, com o pensamento e a meditação, e com o intelecto. Terra sustenta e delimita os espaços na natureza, sendo associada ao tecido conjuntivo. A umidade é a força da natureza relacionada, pois só a Terra é úmida e fértil. A canícula é a estação relacionada e sua cor é o amarelo (PINHEIRO, Ana, 2005).


Em nós Terra é o centro do corpo: timo, estômago, pâncreas, baço, umbigo. É o centro da atividade mental: ideias, opiniões, capacidade de reflexão. É o centro do espaço que nos envolve: carne que reveste nossos ossos e músculos, que nos dá uma aparência e uma identidade corporal. Terra em harmonia faz a pessoa ficar em paz consigo mesma e sentir-se em sua casa onde quer que esteja, por que na verdade está sempre dentro de sua própria casa/corpo/mente (HIRSCH, Sonia, s.d.).

O sabor doce está relacionado à Terra.


• Elemento Metal


Simboliza a diminuição do yang com o crescimento do yin. Pode ser interpretado como o resfriamento, o encolhimento, o movimento para baixo, e a tomada de forma. A emoção relacionada é a tristeza, que causa tendência psíquica introspectiva. A força da natureza que se identifica com Metal é a Secura. Quando a roupa seca encolhe; alimentos desidratados encolhem. A pele que dá forma ao corpo é o tecido relacionado. O branco representa o que foi processado, purificado, e o Outono, a estação de preparação para o recolhimento, onde as folhas secam, caem e a colheita é feita (PINHEIRO, Ana, 2005).
Sabores picantes estão relacionados ao elemento Metal.


• Elemento Água


Extremo do yin, que leva a imobilidade. Movimento para baixo, inércia, perda de forma. O rim produz liquido ininterruptamente e o descende até ser armazenado na bexiga. A ideia de inércia se relaciona com o medo, a emoção que leva a paralisação, e como frio que diminui o movimento da natureza. Os ossos por serem completamente inertes, são relacionados com esse elemento. Uma das características do yin é moldar-se e ser maleável. A Água é o extremo do yin e relaciona-se com tecidos muito delicados como a medula óssea, o cérebro e a medula espinhal. O salgado é o sabor pressente nas águas do mar, e o preto é a cor do escuro, da noite, do fundo do mar, e o Inverno é a estação mais yin (PINHEIRO, Ana, 2005).

Tabela: Características de cada elemento adaptado de PINHEIRO, Ana; HIRSCH, Sonia.


O Diagnóstico na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é a herança deixada pelos antigos médicos chineses, que através dos tempos foram melhorando a anamnése (rememoração), ultrapassando algumas dificuldades e legando o seu saber ás gerações vindouras. O diagnóstico da Medicina Chinesa, embora aparentemente simples, é muito eficaz – as observações a serem feitas incluem observar, ouvir, cheirar, perguntar e tocar, destacam-se no diagnóstico a observação da língua e o exame do pulso, prática esta que demoram alguns anos a ser completamente dominado pelo especialista em MTC mas que fornecem informações preciosas e exactas sobre a condição de saúde do paciente.

A Medicina Chinesa, que se conhece bastante mal no Ocidente, salvo o aspecto muito limitado da Acupuntura, merece um lugar muito particular dentro do leque amplo e diverso das medicinas alternativas. Vejamos porquê: É a única medicina que tem uma existência contínua, quanto aos seus fundamentos desde há mais de 2000 anos, é reconhecida pelo estado Chinês em igualdade com a prática da Medicina Moderna. É reconhecida pela OMS da ONU características que não reparte com nenhum outro sistema médico ao permitir-se estar dentro das concepções filosóficas e energéticas que lhe deram sustentação através dos tempos e integrar os métodos de validação da ciência Moderna.

Algumas Medicinas Orientais tais como a medicina Tibetana ou Ayurvédica, têm uma origem muito antiga, e o seu interesse é indiscutível mas são praticadas em pequena escala quase nunca em meio hospitalar e são raras as validações internas nos países de origem. Pelo contrário a MTC, ainda que sendo tão antiga e tradicional como elas, evoluiu para se adaptar ás necessidades do mundo moderno. É praticada em hospitais especializados ou mistos que contam paralelamente com todos os serviços que se pode encontrar num hospital Europeu. Existem unidades de investigação científica que permitem experimentá-la e validá-la. Assim, por exemplo, nas Universidades Estatais de Medicina Chinesa, ensinam-se aos futuros médicos teorias e métodos fundamentais dos textos milenares, paralelamente as técnicas de investigação ou de cuidados clínicos procedente á medicina moderna. Esta abordagem prática do ensino médico, é um dos aspectos que contribuem no interesse, a originalidade do carácter perene da Medicina Chinesa.

Por outro lado, a Medicina Chinesa tem um campo de aplicação muito amplo, porque pratica-se há muitos séculos no maior país do mundo em termo demográfico. Isto confere-lhe uma experiência única, primeiro, empírica e depois científica. Finalmente, a Medicina Chinesa é um sistema completo e não uma simples técnica médica de aplicações limitadas, pois o campo da Medicina Chinesa é extremamente amplo: da farmacopeia á acupuntura, da dietética á cirurgia popular, das massagens á ginecologia, da medicina interna aos métodos de reanimação. De fato encontram-se praticamente as mesmas especialidades que na Medicina Ocidental, não obstante, numa compartimentação menos restrita e limitante devido á sua abordagem mais global da enfermidade e das suas causas. Isto permite afirmar que a Medicina Chinesa, como a Medicina Ocidental, possui uma experiência de um estatuto oficial, e ao mesmo tempo, uma abordagem mais humanista e mais global do ser humano, da saúde e da enfermidade.

Para conhecer cada uma dos ramos da Medicina Tradicional Chinêsa, siga estes links abaixo.
  




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